Alimentar emoções passageiras que nascem no coração pode fazer com que uma vida inteira seja prejudicada e se torne repleta de decepções e mágoas. Afinal, a Bíblia mostra que o coração foi feito para sentir e não para pensar. Enganoso é o coração, mais do que todas as coIsas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? (Jeremias 17.9).
Para construir uma família edificada na presença do Senhor, é preciso distinguir o amor verdadeiro da paixão. Por isso, deve-se fugir das armadilhas deste mundo, mantendo- se sensível para ouvir a voz de Deus. Se analisamos estes dois sentimentos citados, veremos que são bem diferentes. O amor é paciente, benigno, não arde em ciúmes, não se exaspera, não se ensoberbece, não se ressente do mal (I Cor. 13:4-5) e de todos, ele é o mais importante. Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor (I Coríntios 1:13)
Já a paixão é demasiadamente ciumenta e possessiva. Muitos jovens conhecem uma garota "bonitinha" que lhes desperta interesse e, inicialmente, parece ser tudo aquilo que eles desejavam. Logo se apaixonam e começam a acreditar que estão amando. Porém, envolvidos pelo sentimento, não prestam a atenção na sua conduta, se ela é realmente uma pessoa idônea, honesta, cuidadosa e fiel a Deus, características essenciais em alguém para que um seja namoro feliz.
Para Dárcio Miranda, psicólogo clínico especialista na linha comportamental cognitiva (que baseia-se na teoria de aprendizagem social), ter esta atitude é um grande engano. ''Não existe amor a primeira vista. A paixão resulta basicamente no sentido primário e o amor no secundário, pois a paixão deriva de um sentimento de interesse onde haverá muita sexualidade envolvida'', afirma. Ele explica que a palavra paixão deriva do prefixo grego patus que significa patologia-doença.
Para o especialista, a paixão no início de um relacionamento é algo natural do ser humano e sua tendência é se desenvolver e se transformar no amor em função da relação que vivem as duas pessoas demostrando interesse mútuo. Porém, só irá ser desta forma, quando existe reciprocidade de pensamentos e sentimentos. O psicólogo chama a atenção para um perigo, a permanência da paixão. Segundo Dárcio, caso isto persista por muito tempo, se tornará em uma situação nada saudável. Pelo contrário, vai gerar ciúmes e sentimentos possessivos, chegando a comprometer esta vida em comum. "Em uma relação amorosa, a paixão é admissível no início, mas um relacionamento sustentado por ela, não será proveitoso".
Experiência:
O profissional de marketing Carlos Xavier de 29 anos viveu essa experiência, ele lembra que se apaixonou por uma garota ainda na adolescência e passou a ter certeza de que ela era a pessoa que queria ao seu lado. Conheça a história dele:
"Eu fazia de tudo por ela. Deixava de comprar as coisas para mim, para presenteá-la. Tinha muitos ciúmes e não conseguia ter paz no meu trabalho, porque ficava imaginando com quem ela estava conversando ou se estava me traindo. Até que um dia descobri que, de fato ela havia me traído, a paixão era tanta que fui ao seu local de trabalho e tentei bater no rapaz com o qual ela me traiu, passando por muita humilhação. Mas, mesmo assim a perdoei. Fiquei louco de raiva, e ainda mantive o relacionamento.
A partir daí eu também a traí apenas por vingança. Já havia se passado anos. Éramos adultos e eu a queria ao meu lado. Para isso, me dediquei a ela e montei uma casa para nós dois. Nos casamos, investi tudo o que tinha e me endividei para dar algo melhor para ela. E nada mudou. Ela continuava fria e distante e eu ainda apaixonado e ao mesmo tempo me sentindo só. E mais uma vez ela se envolveu com outro homem e me traiu.
Ela não suportou as nossas brigas e me mandou ir embora. Fui, mas a procurava implorando para voltarmos. Ela não aceitou. E perdemos o contato. O sentimento me cegava tanto que não me dava conta do quanto ela me prejudicava e não demostrava amor por mim. Por isso, é tão perigoso se deixar levar por um sentimento desse tipo", conta. Logo em seguida, ele foi convidado para ir a uma igreja evangélica e começou a se entregar a Deus. "Conheci ao Senhor Jesus e a esqueci. Hoje tenho certeza que tudo aquilo que sentia não era, e nunca foi amor, mas sim uma paixão terrena, que não me beneficiou em nada. Hoje tenho paz e me sinto plenamente livre pelo amor do Senhor Jesus", conclui Carlos Xavier.
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